E o tempo mudou tão de repente
que não tive tempo para me preparar,
e a dor que eu sinto, mas que ninguém sente,
começa na alma para no corpo se espalhar.
E o tempo mudou sem nenhum aviso,
nem mesmo um amigo para me alertar.
No peito um talho, um corte preciso,
na mente, memórias que começam a falhar.
E o tempo mudou do azul para o cinza,
ao longe montanhas que não consigo alcançar,
o vento que uiva já não é a mesma brisa
que os meus cabelos vinha acariciar.
O tempo mudou um tanto sorrateiro,
da minha agonia veio zombar.
Eu, arrogante, me julgava o primeiro,
e hoje não tenho do que me orgulhar.
O tempo mudou como era sabido,
somente um tolo para não acreditar,
que o tempo passado é tempo perdido,
e o que ainda me resta, só tempo dirá…