Não quero

Não quero ter razão sobre nada,
Só quero a inquietação do vento,
A morosidade do tempo
E uma boa conversa fiada.
Prefiro ter um amor em vista,
Do que viver no vazio
De uma noite de frio
Em plena Avenida Paulista.
No amor me acostumei com os desencontros,
Nada de ser tudo certinho,
Muito errei pelo caminho,
Nem tudo me desceu tão redondo.
Quero numa tarde de outono
Esquecer dos problemas
Escrever meus tolos poemas
Até que eu pegue no sono.
Por fim, quero as folhas e as flores
De um jardim colorido
E a emoção de um sorriso
Contido em muitos amores.