Natural

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É tão natural que me confundas,
É tão natural que eu te queira,
Quando em ti, minha alma se aprofunda,
eu não me vejo de outra maneira.
Eu não me enxergo em outra
Eu não me vejo sem você
Sem o som que ouço de tua boca
Sem o corpo que ouso corromper.
Eu já não me consinto
Sequer, de ti, uma recusa,
Choro, imploro e até minto
Enquanto meu querer te esmiúça.
Peço apenas que venhas
Tomar posse do que te pertence
Não ignore nem mesmo se abstenhas
Faça, não pense.
E tudo há de ser natural
O êxtase, a febre e a loucura,
Que aquele encontro casual
Findou minha eterna procura.

Será

A inteligência sem amor, te faz perverso
A justiça sem amor, te faz implacável
A diplomacia sem amor, te faz hipócrita
O êxito sem amor, te faz arrogante
A riqueza sem amor, te faz avaro
A docilidade sem amor te faz servil
A pobreza sem amor, te faz orgulhoso
A beleza sem amor, te faz ridículo
A autoridade sem amor, te faz tirano
O trabalho sem amor, te faz escravo
A simplicidade sem amor, te deprecia
A oração sem amor, te faz introvertido
A lei sem amor, te escraviza
A política sem amor, te deixa egoísta
A fé sem amor te deixa fanático
A cruz sem amor se converte em tortura
A vida sem amor… não tem sentido

Tempo frio

Tempo frio, cai a neve.
Tempo quente, brilha o sol.
Entre um e outro canta o rouxinol.
Para que tudo isto serve?
Tempo bom, planta o grão.
Tempo de chuva, germina a semente.
Entre um e outro
Para tudo isto serve o chão.
Tempo de amor, tempo de paixão.
Deste tempo surgiu um grão
Cresceu rodeado de muita esperança.
Veio a chuva e novamente o rouxinol

Hoje cem anos; cheios de muita lembrança