Olga Tokarczuk

Olga Tokarczuk é uma celebrada escritora polonesa, autora de mais de uma dezena de livros traduzidos para 30 idiomas. Nasceu em Sulechów (na Polônia) no dia 29 de janeiro de 1962, formando-se em em psicologia pela Universidade de Varsóvia.

Carreira literária – estreou na literatura com um livro de poemas lançado em 1989 intitulado Miasta w lustraché. Em 1993 publicou o seu primeiro romance (The Journey of the Book-People).

Olga já lançou 15 livros e tem obras traduzidas para mais de 30 idiomas. Seus títulos mais conhecidos são os romances Os Livros de Jacó (2014) e Conduz o teu Arado sobre os Ossos dos Mortos (2019).

Sua única obra publicada no Brasil é Os Vagantes (2014).

Prêmios – antes de ter recebido o Prêmio Literário mais importante do mundo, Olga já havia recebido em 2014 o Prêmio Nike Award pela obra Os Livros de Jacó.

Em 2018 foi finalista do prêmio Fémina Estrangeiro e, no mesmo ano, recebeu o prêmio máximo Man Booker International com o seu livro Viagens.

A escritora recebeu o Nobel de Literatura correspondente a 2018. O Prêmio foi atribuído somente em 2019, depois da academia sueca enfrentar uma polêmica envolvendo um escândalo sexual que resultou na demissão de vários membros vitalícios.

No discurso do premiação, os críticos destacaram o fato da produção de Olga ser: repleta de ingenuidade linguística que explora a periferia e a singularidade da experiência humana.

Olga Tokarczuk é casada com Roman Fingas. O casal tem um filho (Zbyszko Fingas).

Não quero

Não quero ter razão sobre nada,
Só quero a inquietação do vento,
A morosidade do tempo
E uma boa conversa fiada.
Prefiro ter um amor em vista,
Do que viver no vazio
De uma noite de frio
Em plena Avenida Paulista.
No amor me acostumei com os desencontros,
Nada de ser tudo certinho,
Muito errei pelo caminho,
Nem tudo me desceu tão redondo.
Quero numa tarde de outono
Esquecer dos problemas
Escrever meus tolos poemas
Até que eu pegue no sono.
Por fim, quero as folhas e as flores
De um jardim colorido
E a emoção de um sorriso
Contido em muitos amores.

Se eu soubesse

Ah se eu soubesse levar
A vida de uma forma mais leve
E quando perdesse um amor,
Dissesse, vá com Deus e até breve.
Ah se eu pudesse entender
O que na vida tanto me entristece,
Eu diria à Deus, nosso Senhor,
Atenda de agrado minha prece.
Eu tenho muito o que aprender,
A ser ao outro um sapato que sirva,
Que não aperte demais os seus pés,
Que não provoque doloridas feridas.
Todo amor que não transborda,
Não alimenta e também não aquece,
Faz da luz que um dia brilhou
Se apagar enquanto a alma escurece.