Quando chegar

Como podes bela flor,
adentrar em minha vida de modo tão sorrateiro?
Com teu perfume, embriaga as minhas emoções.
Com teu encanto, alegra meu coração.

De modo inexplicável, te encontrei pelos caminhos tortuosos da vida.
Vós, prestes a murchar sem ter alguém para te regar.
Mais nosso encontro não foi por acaso, regar-te-ei todos os dias
Até suas belas pétalas revigorarem.

Mesmo que inda estejas em processo de recuperação
Sua fragrância magnifica exala um poder indescritível
Sua transformação ocorrerá
Sua essência mais bela ficará.

Não te aflijas bela flor
Estarei sempre ao seu lado
Haverá dissabores, desgostos e contrariedade
Mais sempre haverá amor
Para manter a alegria e a serenidade.

Maria Firmina dos Reis

Maria Firmina dos Reis (1822-1917) foi uma importante escritora brasileira do século XIX. Ela foi a primeira mulher a ter um livro publicado na América Latina. Além disso, a autora foi responsável por inaugurar o romance abolicionista no Brasil, sendo uma importante voz de denúncia e indignação contra os maus-tratos sofridos pela população escravizada. Assim, teve papel essencial na luta pela libertação do povo negro.

Maria Firmina nasceu em 11 de março de 1822, na Ilha de São Luís, no Maranhão. Sua mãe, Leonor Filipa dos Reis, era branca e seu pai, negro. Maria foi registrada somente três anos depois do seu nascimento, em 1825, e tinha em seu documento o nome de outro homem como seu pai.

A menina foi criada por uma irmã de sua mãe, que tinha maiores condições financeiras. Por conta disso, ela pode estudar e desde nova teve contato com a literatura. Inclusive, consta que um de seus familiares, Sotero dos Reis, era um grande estudioso da gramática na época.

Maria Firmina foi também professora, passando em um concurso público para preencher a vaga de docente no ensino primário da cidade de Guimarães-MA. O fato ocorreu quando ela tinha 25 anos, em 1847.

No começo dos anos 1880, ela também exerce o papel de educadora ao fundar uma escola para meninos e meninas na cidade de Maçaricó (MA). Nessa instituição, tentou revolucionar a linha pedagógica, com um ensino mais humano. Entretanto, foi rechaçada e a escola durou pouco tempo, não chegando a três anos de funcionamento.

Durante toda a sua vida dedicou-se a escrever e ensinar. Teve contos, poesias, ensaios e outros textos publicados em jornais da época. Maria também foi uma importante pesquisadora das tradições orais, coletando e registrando elementos da cultura do povo, sendo também folclorista.

Maria Firmina viveu até 1917, quando faleceu aos 95 anos na cidade de Guimarães (MA). No fim da vida a escritora estava cega e sem recursos financeiros.

Devido ao esquecimento, não se sabe exatamente como era a feição de Firmina dos Reis. Não há qualquer fotografia que comprove sua verdadeira fisionomia e, por muito tempo, ela foi retratada como uma mulher branca, com traços finos e cabelos lisos.

Ela possui uma estátua em São Luís (MA) em sua homenagem. O busto fica localizado na Praça do Pantheon junto com outros de escritores maranhenses, sendo o único dedicado a uma mulher.

Em 1859, Maria Firmina publicou o romance Úrsula, o primeiro de autoria feminina na América Latina, e que foi lançado sob o pseudônimo de “uma maranhense”. É o livro mais conhecido da autora, publicado em uma época bastante complicada do ponto de vista social, quando a escravidão ainda era presente.

A história foi a pioneira a se posicionar como anti-escravagista, antes mesmo do poema Navio Negreiro, de Castro Alves, de 1869 e do romance A escrava Isaura, de Bernardo Guimarães, de 1875.

Dois anos depois do lançamento de Úrsula, é publicado no periódico regional o primeiro capítulo de Gupeva (1861), uma narrativa que abordava a questão indígena na época oitocentista. Esse conto foi publicado em capítulos ao longo dessa década.

Já em 1887, Firmina dos Reis lança A escrava, história com temática também abolicionista e, dessa vez, carregando um tom ainda mais crítico ao regime vigente na época.

É curioso que, mesmo sendo uma mulher negra, teve algum espaço no meio intelectual. O que era muito incomum, devido ao contexto histórico em que se encontrava, em um Brasil escravocrata e pós-independente de Portugal.

De qualquer maneira, só teve reconhecimento de fato no século XX e, atualmente, sua obra e seu legado estão sendo revisitados e redescobertos.

 

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Luiz Carlos Bernardes, mineiro nascido na cidade de Campanha em 1958  e já campeão do mundo. Alguém que gosta de artes principalmente literatura. Duas filhas lindas e sempre fontes de inspiração.

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Minha intenção é ajudar na divulgação da leitura, compartilhar textos de autores sejam amadores ou profissionais, incentivar o bom hábito de ler um livro, um jornal, uma revista, pois o conhecimento, a descoberta, é o caminho para o crescimento.

Ler, a arte de descobrir aos pouquinhos.

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