Curiosidades literárias (10)

O título original de Fahrenheit 451 era “O bombeiro”. Ray Bradbury e seus editores acharam que “O bombeiro” era um título muito chato, então ligaram para o corpo de bombeiros local e perguntaram em qual temperatura o papel queima. O bombeiro que atendeu a ligação pediu que Bradbury esperasse, enquanto queimava um livro, então voltou ao telefone e disse a temperatura.

Edgar Allan Poe queria um papagaio para repetir a sentença Nunca Mais (Nevermore), no poema “O Corvo”. Ainda bem que o poeta louco não havia perdido de tudo seu juízo e disse que o papagaio não transmitia o tom de melancolia do poema e então decidiu pelo famoso Corvo.

Lolita, de Vladmir Nabokov, teve a princípio sua publicação recusada. O romance era tido como tão controverso que apenas uma editora (Olympia Press) o quis publicar. Três anos depois, quando o livro já era um hit, outras invejosas mudaram de ideia.

O primeiro manuscrito de Ratos e Homens foi literalmente comido por Toby, cachorro de John Steinbeck, escritor do livro. Uma noite, ele deixou o cachorro sozinho em casa e quando voltou, este havia comido parte importante do trabalho. Steinbeck, em um telefonema com seu agente, disse: “eu fiquei bem irritado, mas o pobrezinho deve ter feito isso em um momento crítico”.

Anna Karenina tem mais de 800 páginas, mas foi publicado originalmente de forma seriada. Entre os anos de 1873 e 1877, a Russian Messenger publicou o livro de forma seriada. Porém, desde que as visões políticas de Leo Tolstói, escritor da obra, divergiram das do editor, houve a interrupção e a obra só saiu por completo na forma de livro. Este tipo de publicação seriada era comum na época e mesmo nosso Machado de Assis lançou célebres livros dessa forma (Dom Casmurro, Quincas Borba, Memórias Póstumas…).

Gabriel García Márquez se recusa a permitir que Cem anos de solidão seja adaptado para o cinema. Fato engraçado, já que diversos de seus trabalhos já viraram filmes em outras ocasiões. Gabo afirma que a razão é que “eles colocariam alguém como Robert Redford para estrelar no filme, e a maioria de nós não tem parentes que se pareçam com Robert Redford”.

O sol é para todos é o único romance de Harper Lee, mesmo ele tendo ganhado um prêmio Pulitzer. O livro permaneceu 88 semanas nas listas de best seller. Mesmo assim, a escritora decidiu não escrever mais nada. Na época, havia entregado o livro aos editores já contando com a rejeição..

A primeira edição de A fantástica fábrica de chocolate foi publicada em 1964 e era bastante racista. Um exemplo: os Oompa-Loompas eram descritos como negros e pigmeus, vindos “da mais profunda e escura parte da África, onde nenhum homem branco jamais esteve antes.” Além disso, o menino Charlie é originalmente descrito pelo escritor Dahl como “um pequeno menino preto.” [tradução de “ a small negro boy”, sendo negro um termo considerado pejorativo na língua inglesa].

Devido à repercussão de seu único romance, O apanhador no campo de centeio, J.D. Salinger se viu forçado a se esconder. Em 1951, dois anos depois de o livro ser publicado, Salinger se isolou na cidade de Cornish, New Hampshire. Depois de ter dado uma entrevista para um jornal local, ele se tornou uma grande sensação da cidade, o que lhe causou tanta raiva que raramente falou em público depois disso.

Ernest Hemingway detestou a capa original de O grande Gatsby. Mesmo sendo considerada icônica, quando Fitzgerald emprestou uma cópia do livro para Hemingway, ele detestou imediatamente. Fitzgerald o assegurou que se começasse a ler o livro, a entenderia mais claramente.

Orgulho e Preconceito iria se chamar “Primeiras Impressões”. Quando o romance foi inicialmente rejeitado pelos editores, Jane Austen fez significantes modificações, entre elas a troca do título. As revisões foram feitas entre os anos de 1811 e 1812.

O livro Onde vivem os monstros iria se chamar “Onde vivem os cavalos”. O motivo do título ter sido trocado é que Maurice Sendak não conseguia desenhar cavalos. Então, quando o editor perguntou o que ele conseguia desenhar, ele disse “monstros”. “Monstros” foi exatamente o que entrou para o livro.

Curiosidades – Vietnã

Non La: o chapéu cônico vietnamita não é uma exclusividade do Vietnã, embora seja amplamente reconhecido como um símbolo do país. Ele é usado em todo o Sudeste Asiático, e esta tradição já se estende por cerca de 3.000 anos,  é um verdadeiro ícone cultural.  Diferentemente dos países vizinhos, onde é mais difícil de encontrar, no Vietnã, ele serve a múltiplas funções: protege do sol e da chuva e pode até ser usado como cesta.

As “Don Ghanh” são as cestas que são normalmente usadas por mulheres vietnamitas, um verdadeiro exemplo de equilíbrio e habilidade. Estas cestas são frequentemente vistas nas mãos de vendedoras ambulantes, oferecendo desde frutas frescas, como abacaxis e melancias, até deliciosos bolinhos fritos nas ruas do Old Quarter e outras áreas de Hanói, capital do país. Feitas tradicionalmente de bambu, elas são equilibradas habilmente nos ombros, demonstrando a destreza e a força das mulheres vietnamitas.

No Vietnã, o descanso é levado muito a sério. Às 12 horas, muitos locais fazem uma pausa de três horas. Durante este tempo, a maioria das lojas fecha e os funcionários aproveitam para dormir em cadeiras ou no chão, em sacos de dormir. Este costume reflete o ritmo de vida no Vietnã, onde as pessoas geralmente acordam cedo, às 5 ou 6 horas da manhã, e trabalham intensamente até o almoço.

Os vietnamitas são apaixonados por café, a bebida que foi levada para o país pelos colonizadores franceses, no século XIX. Apesar da agitada vida em Hanói, sempre há tempo para um bom café. O ritual do café no Vietnã é uma experiência única, nele o café é coado no “phin”, um coador vietnamita tradicional. Esperar esses preciosos três minutos para o café ser coado é uma prática apreciada por muitos moradores e principalmente pelos turistas.

O Vietnã, assim como o Egito, também possui uma tradição milenar de múmias. Uma das mais famosas é a de Xom Cai, que fica no Museu de História Natural, inaugurado em 1958. Ho Chi Minh, o famoso presidente vietnamita também teve seu corpo embalsamado, e está disponível para visitação no mausoléu público na capital, Hanói.

A rica tradição do Vietnã na cerâmica e no artesanato, com mais de mil anos de história, é uma das curiosidades mais fascinantes e talvez menos conhecidas sobre este vibrante país. A cerâmica vietnamita abrange uma variedade de técnicas e estilos, desde vasos robustos feitos em alta temperatura até peças delicadas e detalhadas produzidas em baixa temperatura. Este artesanato não é apenas uma expressão artística, mas também uma fonte vital de renda para muitas comunidades locais no país.

Olhe bem em meus olhos

Olhe bem em meus olhos, veja!
Amo -lhe tanto que me perco
perco-me toda na minha loucura,
com o corpo trêmulo de desejo.

Mas errei, me perdi e nada fiz
Na ânsia de amar, enlouqueci
Minh’alma entrou em conflito,
Nesse imenso e árduo labirinto.

Ouça-me, esqueça todo passado
E, sem medo vamos recomeçar,
dois insanos amantes a se amar.
Não prometo romance perfeito
Mas gritarei alto com coração,
minha louca e intensa paixão…!