Boa tarde

E o tempo mudou tão de repente
que não tive tempo para me preparar,
e a dor que eu sinto, mas que ninguém sente,
começa na alma para no corpo se espalhar.

E o tempo mudou sem nenhum aviso,
nem mesmo um amigo para me alertar.
No peito um talho, um corte preciso,
na mente, memórias que começam a falhar.

E o tempo mudou do azul para o cinza,
ao longe montanhas que não consigo alcançar,
o vento que uiva já não é a mesma brisa
que os meus cabelos vinha acariciar.

O tempo mudou um tanto sorrateiro,
da minha agonia veio zombar.
Eu, arrogante, me julgava o primeiro,
e hoje não tenho do que me orgulhar.

O tempo mudou como era sabido,
somente um tolo para não acreditar,
que o tempo passado é tempo perdido,
e o que ainda me resta, só tempo dirá…

Homenagem – Lygia Fagundes Telles

Lygia Fagundes Telles nasceu em São Paulo, no dia 19 de abril de 1923. Filha do promotor Durval de Azevedo Fagundes e da pianista Maria do Rosário Silva Jardim de Moura, passou sua infância em várias cidades do interior em função do trabalho do pai.

Seu interesse por literatura começou na adolescência. Com 15 anos, com a ajuda do pai, publicou seu primeiro livro de contos, “Porão e Sobrado”.

De volta à capital, estudou no Instituto de Educação Caetano de Campos. Em seguida, ingressou na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco da Universidade de São Paulo. Nessa mesma época, cursou Educação Física na mesma universidade.

Ainda estudante, Lygia colaborava com os jornais “Arcádia” e “A Balança”, ambos vinculados à Academia de Letras da faculdade. Nessa época, frequentava os encontros de literatura com Mário de Andrade e Oswald de Andrade.

A estreia oficial de Lygia Fagundes Telles, na literatura, ocorreu em 1944, com o volume de contos “Praia Viva”. Em 1947, casou-se com um de seus professores, o jurista Goffredo Telles Júnior, com quem teve um filho.

Lygia seguiu com a contínua produção de contos e romances, entre eles “Ciranda de Pedra” (1954), no qual relata a história de um casal que se separa e a caçula vai morar com a mãe, quando vive os dramas ocultos de uma jovem de pais separados. (A obra foi posteriormente adaptada para uma novela na TV Globo).

Em 1958, Lygia publicou o livro de contos “História do Desencontro”, que recebeu o Prêmio Artur Azevedo do Instituto Nacional do Livro. Em 1960, separou-se do marido. Em 1963, casou-se com o ensaísta e crítico de cinema Paulo Emílio Salles Gomes. Nesse mesmo ano, publicou seu segundo romance “Verão no Aquário”, que recebeu o Prêmio Jabuti.

Junto com Paulo Emílio, escreveu o roteiro para o filme Capitu (1967), baseado na obra Dom Casmurro de Machado de Assis, uma encomenda de Paulo César Saraceni, que recebeu o Prêmio Candango de Melhor Roteiro Cinematográfico.

A década de 70 foi um período da consagração de Lygia: O livro de contos “Antes do Baile Verde” (1970), recebeu o Prêmio Internacional de Escritoras, na França.

O livro “As Meninas”, publicado em 1973, que se tornaria um dos seus mais importantes romances, recebeu o Prêmio Jabuti, em 1974, e foi adaptado para o cinema em 1975, dirigido por Emiliano Ribeiro. A obra traça um paralelo entre a vida de três pessoas que agitaram a juventude em um período conturbado da história do Brasil.

A obra “Seminário dos Ratos” (1977), recebeu o Prêmio PEN Clube do Brasil. “A Disciplina do Amor” (1980), recebeu o Prêmio Jabuti e o Prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte.

Em 1982, Lygia Fagundes Telles foi eleita para a Academia Paulista de Letras. Em 1985, tornou-se a terceira mulher eleita para a Academia Brasileira de Letras. No dia 12 de maio de 1987 tomou posse ocupando a cadeira n.º 16. Foi eleita para a Academia das Ciências de Lisboa.

A consagração de Lygia veio em 2001, quando recebeu o Prêmio Camões, que lhe foi entregue em 13 de outubro de2005, durante a VIII Cúpula Luso-brasileira realizada na cidade do Porto, Portugal. Em 2016, aos 92 anos de idade, Lygia Fagundes Telles tornou-se a primeira mulher brasileira a ser indicada para receber o prêmio Nobel de Literatura.

Lygia Fagundes Telles faleceu aos 98 anos em São Paulo em 3 de abril de 2022.

 

Fonte: ebiografia.com

Abril – fatos históricos e datas comemorativas (5)

Dia 26 – Nascimento do produtor e compositor italiano Giovanni Giorgio Moroder, que inovou a chamada disco music com o massivo uso de sintetizadores, no final dos anos 70, abrindo caminho para o que mais tarde se tornou a Dance Music eletrônica

Celebração da primeira missa no Brasil, por Henrique de Coimbra, frade e bispo português. e publicação póstuma do clássico O Processo, de Franz Kafka.

Dia 27 – Morte do violonista e compositor Raphael Rabello, considerado um dos maiores violonistas do Brasil.

Dia Mundial do Design Gráfico.

Dia da Empregada Doméstica.

Dia 28 – Nascimento do médico cientista, imunologista e pesquisador biomédico mineiro Vital Brazil, nascido em Campanha-MG, mundialmente conhecido pela descoberta da especificidade do soro antiofídico, do soro contra picadas de aranha, do soro antitetânico e antidiftérico e do tratamento para picada de escorpião e da cantora fluminense de MPB, música clássica, jazz e bossa nova Ithamara Koorax.

Morte de Benito Mussolini e do ator e diretor paulista Antônio Abujamra.

O Brasil instituiu o cartão-postal pelo Decreto nº 7695, de 28 de abril de 1880, proposto pelo Ministro da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, conselheiro Manuel Buarque de Macedo.

Dia Nacional da Educação – comemoração de brasileiros, que está relacionada com a data do fim da Cúpula Mundial da Educação, que foi realizada de 26 a 28 de abril de 2000 na cidade Senegalesa de Dakar com a participação de 180 países, quando foi assumido um compromisso da não poupança de esforços políticos e financeiros, para que a Educação chegue a todas as pessoas do planeta.

Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes de Trabalho.

Dia Nacional da Caatinga.

Dia 29 – Nascimento do compositor fluminense Paulo Barbosa.

Morte do diretor e produtor de cinema britânico Alfred Hitchcock.

Início da Coluna Prestes, movimento revoltoso organizado por tenentistas que percorreu o Brasil entre 1925 e 1927, combatendo as tropas dos governos de Artur Bernardes e Washington Luís, durante a Primeira República

Dia Internacional da Dança – a UNESCO escolheu esse dia por ser a data de nascimento do mestre francês Jean-Georges Noverre (1727-1810), que ultrapassou os princípios gerais norteadores da dança do seu tempo para enfrentar problemas relativos à execução da obra; sua proposta era atribuir expressividade a dança por meio da pantomima, a simplificação na execução dos passos e a sutileza nos movimentos.

Dia 30 – Morte do político alemão Adolf Hitler e do pianista fluminense Moacyr Peixoto.

Fim da Guerra do Vietnã.

Dia Internacional do Jazz – comemoração criada e promovida pela UNESCO a partir da iniciativa do pianista norte-americano Herbie Hancock.

Dia da Baixada Fluminense.

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Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br