Não posso fugir

Não posso fugir da verdade…
Crueldade! Amo sem vaidade.
Meu corpo intacto, padece….
Vejo-lhe distante, sinto saudade.
Nesse meu querer adormeço!
Sinto-me serva desse desejo.
Guardo n’alma infindo segredo,
Tocar-lhe e no oculto buscar.
Madrugada afora não lhe vejo.
Resignei! Finjo ser rude, forte,
De sua boca palavras sem nexo!
No meu coração tanto sentimento,
Indelével! Como não querer, almejar,
Amo-lhe, em todo momento…!

O tempo

O tempo urge e eu não estou contente
De repente tudo está por fazer
E eu procuro me apressar,
Mas apesar de tudo, ainda estou aqui.
Não me iludo, não te iludo
Nada vai mudar
As mágoas ficarão no mesmo lugar.
Só promessas, só conversas
É o que restará na memória
Da longa história de nós dois,
Tudo, enfim, já foi dito
E redito, sem porém, nada explicar.
As palavras ferem, podem influenciar
Qualquer decisão que pese
Qualquer caminho a trilhar.
As palavras ferem,
Até a alma dilacerar
E o que ficou para trás
Só quem sofreu pode lembrar.
Adoecer, enlouquecer
Até o coração se aquietar,
Evoluir, prosseguir
Fazer da dor meu caminhar,
Seguir em frente, lentamente
E não olhar para trás,
Seguir a fim de ser feliz
Querer por fim se aquietar.
E quando então, meu coração
Com tudo isso se acostumar
Talvez, então, pedirei perdão
Pelo meu jeito de te amar.

Meu anjo

Um anjo de luz me abraçou!
Aceitei, pois estava ferida.
Sem permissão me beijou,
Sua essência transbordou.
Naquele dia conheci o amor
Minha dor se calou, o senti.
Minha alma se alegrou,
Despiu-me sem permissão.
Hoje, sinto sua presença
Chega sem que eu perceba,
Em minha poesia, ou crença.
Meu anjo, onde moras!?
Coração incauto implora,
Traz-me magia na poesia…!