Entre tantos souvenirs que guardo comigo,
Estão as cartas que nunca enviei…
Repletas de frases bonitas,
Dedicatórias cheias de paixão e afeto,
Um amor contido e secreto,
Tanta coisa que desejei.
Ao escreve-las imaginava
O brilho no olhar da amada,
O rubor de sua face ao ler
O quanto a desejava todos os dias.
E como eram doces aqueles dias,
Como era doce o meu querer,
Pilhas e pilhas de cartas,
Letras desenhadas, coloridas,
Uma para cada dia de desejo,
Todas encerradas com um beijo,
Mas nunca enviadas.
Como eu gostaria que ela soubesse
Das minhas intenções, das minhas preces,
De como o meu corpo reagia
A cada pensamento cheio de alegria
Que eu detalhava naquelas cartas…
Que eu nunca enviei.
Lá estava tudo escrito,
O dito pelo não dito,
As confissões mais secretas,
Também as mais sinceras,
Porém, nunca enviadas.
Hoje penso como seria
Esses meus tristes dias,
Se a ela eu tivesse enviado,
Todos os dias, como pensado,
Essas cartas que eu escrevia.
Estaríamos hoje, lado a lado
Como dois apaixonados
Numa eterna fantasia?
Mas é tudo suposição,
E é só isso que ainda sei,
Feito lembranças de um passado
Onde tudo continuará guardado,
Feito as cartas que nunca enviei.
Categoria: Moacir Diniz
Um brinde
Eu brindo os bons tempos,
Nossos melhores momentos
Nossa cumplicidade.
Brindo nossa inquietação,
Total excitação,
A enorme vontade.
Nossos melhores momentos
Nossa cumplicidade.
Brindo nossa inquietação,
Total excitação,
A enorme vontade.
.
Brindo os momentos de loucura
As carícias e a ternura
E toda intensidade.
Brindo as brigas feias
As reconciliações serenas
A nossa cumplicidade.
Brindo os momentos de loucura
As carícias e a ternura
E toda intensidade.
Brindo as brigas feias
As reconciliações serenas
A nossa cumplicidade.
.
Brindo as gostosas risadas
Das tolas piadas
Nossa ingenuidade.
Brindo seu olhar de princesa
Minha falsa certeza
Da eternidade.
Brindo as gostosas risadas
Das tolas piadas
Nossa ingenuidade.
Brindo seu olhar de princesa
Minha falsa certeza
Da eternidade.
.
Brindo o que me resta
O final desta festa
E essa doce saudade.
Brindo o que me resta
O final desta festa
E essa doce saudade.
Vou de desfazer
Vou me desfazer de tudo que lembra você.
Apagar da memória qualquer pista,
deletar da minha vista a tua imagem.
Vou fazer por pura sacanagem,
até que meu coração, de você, desista.
Vou me desfazer dos teus presentes.
pertences daqueles dias felizes,
do cheiro de teu perfume,
dos arroubos de ciúmes,
quero apagar os teus deslizes.
Vou me transformar em outra pessoa,
qual soa uma velha ladainha,
acordes de um violão desafinado,
rimas de um poema mal versado,
ponto final, fim da linha.
E quando, tu te deres conta,
e perceberes que não estou ao teu alcance,
decerto há de procurar nas lembranças,
e, quem sabe, alimentar a esperança,
de ter uma última chance.