Quando chegar

Como podes bela flor,
adentrar em minha vida de modo tão sorrateiro?
Com teu perfume, embriaga as minhas emoções.
Com teu encanto, alegra meu coração.

De modo inexplicável, te encontrei pelos caminhos tortuosos da vida.
Vós, prestes a murchar sem ter alguém para te regar.
Mais nosso encontro não foi por acaso, regar-te-ei todos os dias
Até suas belas pétalas revigorarem.

Mesmo que inda estejas em processo de recuperação
Sua fragrância magnifica exala um poder indescritível
Sua transformação ocorrerá
Sua essência mais bela ficará.

Não te aflijas bela flor
Estarei sempre ao seu lado
Haverá dissabores, desgostos e contrariedade
Mais sempre haverá amor
Para manter a alegria e a serenidade.

Emily Dickinson

Emily Dickinson nasceu em Amherst, em Massachusetts, nos Estados Unidos, em 10 de dezembro de 1830. Foi uma das mais importantes escritoras norte-americanas do século XIX. Com uma poesia intimista e ao mesmo tempo universal, Emily não foi reconhecida em vida. Entretanto, após sua morte, teve seus textos publicados e contribuiu para construir as bases da poesia moderna.

Vivendo em reclusão, a autora nunca se casou e mantinha contato com amigas e amigos por meio de cartas. Uma de suas grandes amigas foi Susan Gilbert, sua cunhada, com quem trocou correspondências carregadas de afeto.

Vinda de uma família católica e conservadora, era filha de Edward e Emily Norcross Dickinson, sujeitos que tinham posses e que prezavam por uma educação rígida. Ingressou no South Hadley Female Seminary, para que se tornasse freira, mas deixou o local por não declarar convicção à fé cristã.

Assim, retornou à casa dos pais em Massachusetts e lá permaneceu por toda a vida. Sua irmã Lavinia também viveu na mesma casa e, assim como Emily, nunca se casou.

Dickinson ficou conhecida por sua reclusão, vivendo grande parte da vida isolada em seu quarto, o que justifica ser chamada de “A Grande Reclusa”. Além disso, em determinado momento ela optou por vestir-se sempre de branco e não receber visitas. Ela escreveu intensamente, mas não publicou mais de 10 poemas em vida. Faleceu em 15 de maio de 1886, aos 55 anos, vítima de nefrite, inflamação nos rins.

Após seu falecimento, a irmã Lavinia encontrou cerca de 1800 textos poéticos, publicando o primeiro livro Poems by Emily Dickinson, em 1890.

Emily e Sue – muito se especulou a respeito da relação que Emily desenvolveu com sua amiga e cunhada Susan Gilbert. A verdade é que elas eram bastante próximas antes mesmo de Susan se casar com Austin Dickinson, irmão de Emily.

Segundo historiadores, naquela época e circunstâncias, as relações entre mulheres podiam ocorrer de forma diversa do que estamos acostumados atualmente, se desenvolvendo com maior proximidade física e intelectual, mas não necessariamente afetivo-sexual. Talvez tenha sido esse o caso, já que Susan também era escritora.

De qualquer maneira, criou-se um imaginário de que elas tenham vivido um amor homoafetivo, o que foi explorado no seriado Dickinson, de 2019.

Emily Dickinson deixou um enorme legado para a literatura ocidental. Sua escrita era inovadora para a época, tanto que parte de seus textos foram alterados.

A autora se comunicava bastante por cartas e deixou muitos poemas com grande carga sentimental, escritos de forma coloquial e com um lirismo surpreendente e próximo do misticismo. Temas como morte, imortalidade, amor, natureza e relacionamento humano estão presentes em sua obra.

Poemas de Emily Dickinson
Não viverei em vão
Não viverei em vão, se puder
Salvar de partir-se um coração,
Se eu puder aliviar uma vida
Sofrida, ou abrandar uma dor,
Ou ajudar exangue passarinho
A subir de novo ao ninho —
Não viverei em vão.

Tradução de Aíla de Oliveira Gomes

Morrer por ti
Morrer por ti era pouco.
Qualquer grego o fizera.
Viver é mais difícil —
É esta a minha oferta —

Morrer é nada, nem
Mais. Porém viver importa
Morte múltipla — sem
O Alívio de estar morta.

Tradução de Augusto de Campos

Uma palavra morre
Uma palavra morre
Quando falada
Alguém dizia.
Eu digo que ela nasce
Exatamente
Nesse dia.

Fonte: ebiografia.com

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Luiz Carlos Bernardes, mineiro nascido na cidade de Campanha em 1958  e já campeão do mundo. Alguém que gosta de artes principalmente literatura. Duas filhas lindas e sempre fontes de inspiração.

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